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Alimentos orgânicos: alternativas aos altos preços

A única forma de garantir que o alimento que você come não nem o menor percentual de agrotóxicos é consumir produtos orgânicos, que são produzidos imitando o modo como a natureza os produziria. Fica fácil perceber os danos que a ingestão de agrotóxicos pode causar no caso do tomate: na agricultura convencional, o tomate recebe em média 36 pulverizações de agrotóxicos durante seu ciclo de cultivo, nos orgânicos, são zero.

Porém, como os orgânicos ainda são um pouco mais caros que os alimentos convencionais, não é todo mundo que tem dinheiro para consumir apenas alimentos orgânicos. Assim, é importante saber impedir que os agrotóxicos caiam no seu organismo e provoquem doenças.

Roberto Figueiredo, especialista em higiene de alimentos, dá algumas dicas de como lavar os alimentos antes de comê-los. Ele explica que “existem dois grupos de agrotóxicos: os denominados de contato e os sistêmicos. Os sistêmicos são absorvidos pela raiz do vegetal e entram nestes, não há como eliminá-los. Os de contato podem ser eliminados (não totalmente) pela lavagem (enérgica, cuidadosa e total) em água corrente.”

Figueiredo sugere uma lavagem cautelosa: “Retire os alimentos da embalagem em que você os adquiriu e transfira para sacos plásticos transparentes. Leve para refrigeração por pelo menos 2 horas. Após esse período e com o alimento ainda refrigerado, lave em água corrente (bem cuidadosamente) folha a folha, fruto a fruto. Para os vegetais e as frutas que são comidos com a casca – preparar uma solução de uma colher de água sanitária (não odorizada e de boa procedência) em um litro de água e mergulhar por 5 minutos – enxaguar em água potável. Para os vegetais que são comidos sem a casca, basta a lavagem em água potável.”

Mesmo os alimentos orgânicos, que são livres de agrotóxicos, precisam ser lavados, pois, como explica Figueiredo, “podem conter microrganismos que podem causar doenças para o ser humano, além de bactérias e vírus, temos também os helmintos, como no caso da possibilidade de ocasionar cisticercose cerebral por ingestão de ovos ou proglótes [larvas] da Taenia solium.” Por isso, é importante sempre higienizar bem os alimentos antes de comer!

Esta é a segunda parte desta matéria. A primeira parte, Alimentos orgânicos: o que são e quais suas vantagens, está AQUI.

Texto escrito entre fevereiro e maio de 2010 para o Portal Vital, da Unilever. A versão editada está disponível no site, cujo acesso é restrito a usuários cadastrados. Atribui uma data aleatória para a publicação do texto aqui no blog, apenas para mantê-lo como registro.

Alimentos orgânicos: o que são e quais suas vantagens

Os alimentos orgânicos, menores e não tão bonitos quantos os convencionais, são, no entanto, mais nutritivos e saborosos. Na agricultura industrial, frutas e legumes crescem a base de água e agrotóxicos: assim, os alimentos são maiores e mais bonitos, porém mais aguados, com menos sabor e nutrientes. A agricultura orgânica beneficia o consumidor e também o solo, pois se baseia no cultivo sustentável.

O secretário executivo da Associação de Agricultura Orgânica de São Paulo, Márcio Stanziani, diz que “muita gente pensa que o alimento orgânico é só sem produtos químicos e agrotóxicos, não sabem que ele está inserido em um grande sistema que envolve água, manejo do solo, vento. É uma visão da produção como um sistema equilibrado, que não agride o meio ambiente.” A nutricionista Patricia Rebelo concorda: “a agricultura orgânica é, acima de tudo, sustentável. Ela dá qualidade de vida também para quem está produzindo.”

“O alimento orgânico é produzido reproduzindo a maneira como a natureza o produz”, resume Stanziani. Por ter um manejo mais cuidadoso e preocupado, o custo de produção dos orgânicos é maior e, muitas vezes, o consumidor vê apenas o custo mais elevado e não pensa nos benefícios por trás disso. Stanziani diz que, se os custos da agressão causada ao meio ambiente fossem computados aos produtos inorgânicos, eles acabariam saindo mais caro, “pois esses produtores não se preocupam em preservar o ambiente em que eles trabalham”.

Stanziani diz que os orgânicos têm mais vitalidade, pois são produzidos naturalmente. Patrícia tem a mesma opinião: “o orgânico capta todos os nutrientes do solo, ele é superior em relação a vitaminas, carboidratos, sais minerais e também porque não tem medicação. A maior parte dos alimentos inorgânicos recebe fertilizantes, e por isso ficam menos tempo no solo, captando menos nutrientes da terra.”

A procura por esses alimentos diferenciados tem crescido. Stanziani acredita que o consumidor está mais atento a produtos mais saudáveis e não está se deixando levar tanto pelas aparências, “apesar de que, hoje, há alimentos orgânicos muito bonitos, mas não é aquela coisa exagerada”, ressalta. A nutricionista Patrícia compara o alimento inorgânico ao corpo de alguém que usou muitos anabolizantes: “a fruta que cresce natural tem mais sabor, já os alimentos inorgânicos são inchados, crescem a base d’água. As pessoas estão percebendo que a fruta [orgânica] é pequena, mas bem saborosa, e muito mais nutritiva.”

Esta é a primeira parte desta matéria. A segunda parte, Alimentos orgânicos: alternativas aos altos preços, está AQUI.

Texto escrito entre fevereiro e maio de 2010 para o Portal Vital, da Unilever. A versão editada está disponível no site, cujo acesso é restrito a usuários cadastrados. Atribui uma data aleatória para a publicação do texto aqui no blog, apenas para mantê-lo como registro.